Prisão



O pior tipo de prisão que pode existir é quando acontece dentro de si mesmo... Como sair desse tipo de masmorra?  Onde não há celas ou grades, mesmo assim se sente enclausurado, sem direito ao perdão. Prisioneiro de si mesmo que não consegue superar o passado, encarar as mágoas depositadas, junto com as tristezas encravadas e que precisa esquecer as escolhas erradas.
É muito difícil enfrentar o próprio julgamento, somos réu ou vitima, é complexo superar a dor, o medo, o pavor de começar tudo de novo. Como encontrar forças para um recomeço? Olho para o passado e deixo que o presente passe, acho que perdi a direção dos meus dias, passo muito tempo avaliando o decorrido sem tentar aperfeiçoar o hoje. O mundo não é perfeito – e nunca será.  Acho que compreendo a felicidade de uma forma muito infeliz, procurando algo que está fora de mim.  Quero um amor perfeito, um salário maior, um carro zero, um computador melhor. Mas por quanto tempo isso vai me satisfazer???
Por que será que tudo que é novo, não habitual, diferente daquilo com que estamos acostumados, nos causa tanto medo? Quer alguma coisa mais difícil do que começar algo novo? Dar a partida no motor do futuro, assim sem mapa, sem rumo, sem garantias... Sempre que sou levada a enfrentar uma mudança necessária em minha vida, sou tomado por temor de que somente coisas ruins venham a acontecer. Provavelmente, isso aconteça porque aprendi da pior maneira possível a procurar por segurança, por situações em que me sinta confortável e constante.
Embora a existência seja feita de mudanças - e para constatarmos isto basta observar o fluxo ininterrupto de mutações que a natureza nos revela cotidianamente -, nós, seres humanos, insistimos em construir uma vida estável, onde nada nos surpreenda, ou nos faça sentir a ansiedade diante do desconhecido. Meu maior problema é que desejo ter respostas prontas para todas as ocasiões e gostaria de descobrir a receita que me dê garantia de que vou me sair bem em qualquer circunstância. Não adianta me criticar, esse é um condicionamento comum a maior parte da humanidade, somente estou assumindo meu estado de cárcere do meu coração. Quero a rotina por ser conhecida, a estabilidade por ser cômoda. Mas também desejo a aventura e a mudança, pois preciso me alimentar da curiosidade e da emoção.
Alguém uma vez já me disse que devemos tomar cuidado com aquilo que desejamos ou com os pedidos que fazemos em nossas preces, porque eventualmente, eles serão atendidos e aí... Será que estou realmente à altura dos meus sonhos?

1 comentários:

Anderson Ramos disse...

A vida é realmente feita de mudanças, é uma lei natural e se pensarmos bem muito bem vinda.
O medo da mudança, do novo é totalmente aceitável e até esperado, todos nós sentimos em maior ou menor grau. A grande questão é: Por que sentimos isso?
Na grande maioria das vezes, a mudança é sinônimo de evolução, de melhora e esse processo é doloroso, é lento. Tornar-se uma pessoa melhor, mais sábia e mais evoluída é relamente muito difícil, encontrar um equilíbrio é difícil. Dentro desse ponto de vista a felicidade poderia ser considerada como harmonia. E como é difícil encontrarmos essa harmonia nos dias de hoje, nesse mundo que está sempre apressado e estressado.
Até descobrirmos o que relamente importa para nós,um salário maior ou um carro zero nunca nos satisfará por muito tempo, porque apesar de ser o que queremos não é o que precisamos.

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