Falando sobre cumbucas

Uma vez já falei sobre a função prateleira, hoje meus dizeres são paras as pessoas que como eu, se acham uma “cumbuca”, ou seja, um recipiente sem tampa,  somos aquelas pessoas que tem o dedinho pobre para escolhas, mesmo estando na frente de um batalhão de príncipes encantados, exceto um, escolhe exatamente o último: o sapo disfarçado. 

Há várias situações. Aquelas em que fomos enrolados, umas que já entramos sabendo, achando apenas que será uma noite e nada mais. Outras em que não nos apaixonamos, mas não conseguimos largar o osso.

Após uma breve introdução sobre uma típica “cumbuca”, enumero alguns tópicos para identificação dos sintomas para ver se você nobre leitor faz parte desse time...

1. Ter a incapacidade de se dar bem em um relacionamento.

Esse é o carro-chefe dos sintomas. É daqui que parte tudo. É não ter explicação coerente para que você não siga adiante com NADA que comece. Por exemplo, você é bonita, inteligente, legal, descolada e beija bem. Não tem bafo, se depila direito, é higiênica. Você pensa: POR QUE estou só? Por que as pessoas EVAPORAM? Por que, meu Deus dos Cumbucas (é, ele é seu Deus a partir da descoberta deste sintoma)?. É, não existe razão óbvia para que isso ocorra com você. Até escrevi sobre possíveis motivos, mas ainda é tudo especulação. Você nasceu nessa leva de CUMBUCAS e não há nada que possa fazer com que você deixe de ser um dos nossos. Aliás, milagres existem. O nosso Deus está aí pra isso! Hahaha!

2. Ter a capacidade de entrar em situações que você SABE QUE NÃO VAI DAR CERTO.

Já vejo leitoras dizendo: “Sou eu, impressionante. Minha cara, esse tópico”. Uns entram nessas vielas sem saída por esperança de que dessa vez seja diferente. Não, no final, não dá certo. E se der, desconfie e investigue, algo pode estar fora dos conformes. Já outros entram porque não tem nada a perder. Se tudo que você faz, por mais coerente que seja, dá em merda (com o perdão da expressão), por que evitar? De uma forma ou de outra, estamos sempre fazendo o que uma pessoa sensata não faria. Exemplos: ficar com caras comprometidos, com caras totalmente diferentes da gente, com pessoas que moram do outro lado do mundo, com o chefe, com o pai da amiga, com o namorado da prima. Enfim, as situações são infinitas e você sabe disso, MAS ENTRA. Detalhe, não quer dizer que ficamos com qualquer ser humano que apareça pela frente. Esses atos são direcionados àqueles que tiram o ar, que nos deixam tontas, que fazem a gente perder a tão falada DIGNIDADE.

3. Falando em dignidade, isso merece um tópico. Até certo ponto da sua vida, você pode nunca ter perdido a compostura (como ocorreu comigo durante um tempo), mas você desce do salto, roda a baiana, dá XILIQUE.

Então, aqui é quando você se desconhece. Você não achava que era capaz de tamanha idiotice. Mas você É. Ou seja, é um sintoma que te pega de surpresa. Você tá ali, na sua vidinha, tudo certo, aquela paz. De repente, as pessoas te desconhecem, te dão conselhos em vão. A única coisa que você tem em mente é algum ser que te faz claramente de besta, e o pior, VOCÊ SABE DISSO, mas continua. Continua até que o Deus dos Cumbucas toque o seu coração e faça você parar de dar murro em ponta de faca. Claro que esse processo pode ser adiantado e você não tenha que esperar esse toque divino. Quanto menos tempo na “ignorância”, melhor. Mas todos têm direito de ter esse momento. É até bom pra nos conhecermos melhor, perdermos um pouco de ORGULHO e saber que não somos TÃO FODAS a ponto de nada nos abalar.

4. Ter a capacidade de se tornar patético.

O tópico inclui atitudes como: ligar ou mandar e-mails depois de beber, mandar mensagens antes de dormir, falar com melhor amigo do fulano, fuçar Orkut, Twitter, Facebook ou qualquer lugar que possa te dar informações que você não tem coragem de perguntar (até porque seria mais ridículo ainda). Esses seriam sintomas de pessoas INSEGURAS sob o olhar de qualquer mortal. Mas não só deles, e sim, de cumbucas que tem COISAS (Cumbucas não chamam seus rolos de relacionamentos, tamanha a indefinição das mesmas). Já disse, quem tem coisa, não tem um RELACIONAMENTO. Não se pode cobrar certas coisas, perguntar, ir a fundo. Daí, usa-se essa técnica para saber onde se pisa.

Os sintomas são esses, e as conseqüências que podem ocorrer perante esse carma, são:

1. Pessoa sozinha no cinema num domingo à noite na última sessão de um filme de comédia romântica.

2. Pessoa que se irrita com histórias de casais felizes.

3. Pessoa que não acredita em casais de Manoel Carlos (felizes para sempre).

4. Pessoa que foca em tudo na vida que não seja relacionamentos: trabalho, estudos, esportes, comer, beber, se drogar.

5. Pessoas que preferem amigos virtuais a relacionamentos pessoais. (Esses são os muito calejados, que não fazem questão de recheios, de coisas, de mais nada).

É basicamente isso. Lembro a todos que apesar disso tudo aí em cima, temos o nosso ORGULHO em sermos cumbucas. Existem vários pontos positivos e sabe-se que continuamos tentando, apesar da IMENSA probabilidade de não ter um começo/meio/fim de nada. Eu, particularmente, adoro começos. É o que faz a gente vibrar. Do meio pro fim, são muitos problemas. Aí você me diz: ah, mas acabar na parte boa também é péssimo. É, claro, mas se você fizer um balanço, é pegar em bomba mais cedo ou mais tarde. (Casais felizes, não leiam essa parte). Existem sim, os que dão super certo, vivem felizes e tranqüilos, mas são exceções. Não venham me dizer que 90% dos casais que vocês conhecem vivem em um mar de rosas.

Logo, todos têm problemas. Não somos a base da escala da infelicidade por isso. A fila anda, que venham coisas e recheios...

2 comentários:

Anderson disse...

Parece que nossa blogueira acordou inspirada hoje rsrs.
Muito bom o texto, mesmo não me identificando nele, achei ótimo. Ah tá bom vai, posso até ter feito uma ou duas escolhas erradas (ou uma escolha equivocada duas vezes rsrs), mas é só rs.
Abraço!

Gois disse...

" Ficar com caras comprometidos, com caras totalmente diferentes da gente"... "Não ficamos com qualquer ser humano que apareça, só com aqueles que nos tiram o ar, nos deixam tontas e nos tiram a tal da DIGNIDADE"...

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